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O reverso da medalha

Todos conhecemos a pirâmide alimentar da Organização Mundial de Saúde, mas muitos desconhecem que a partir de 2013 esta passou a conter na sua base a prática desportiva, ou seja, o desporto passou a assumir um papel fundamental no caminho para a longevidade com qualidade, no entanto, quando esta prática atinge um nível competitivo nem sempre possibilita este objetivo.



A preparação de um atleta corresponde a um processo de controlo rigoroso sobre todos os parâmetros que influenciam o rendimento, o que leva a um regime de vida com elevadas exigências associadas a diversos sacrifícios em dano da vida académica, profissional e familiar. Hugo Laurentino, jogador profissional de andebol do F.C.Porto e ex-jogador da seleção nacional, em entrevista ao Fepiano, menciona que “são sentimentos que nunca iria ter se não abdicasse de outras coisas para poder fazer aquilo que adoro. (…) A família é sempre sacrificada e prejudicada pela ausência, mas é um pilar que está sempre presente nos bons e, principalmente, nos maus momentos”.

Não obstante, não são apenas estes factores que influenciam a vida de um atleta. “No futuro estou ciente que posso vir a ter muitos incómodos físicos” menciona Laurentino. Os problemas físicos são uma consequência nefasta na vida de qualquer atleta, no entanto, quando o nível de alta competição é atingido as consequências podem atingir níveis preocupantes com lesões crónicas ou que impliquem cuidados eternos como no caso de Laurentino em que, devido a um remate que lhe atingiu um olho, perdeu a visão total por 20 dias e hoje é obrigado a utilizar óculos durante os jogos, “o que não é fácil porque estão sempre a ficar molhados com o suor e às vezes embaciam” ou de Mariana Lopes, jogadora internacional de andebol neste momento a jogar na Suécia, que em entrevista ao Fepiano, recorda quando aos quinze anos esmagou parte estruturante do pé e a obrigou a sessões de fisioterapia.

Simultaneamente treino e alimentação andam de mãos dadas e dificilmente um atleta, seja ele amador ou profissional, atinge as suas metas sem um cuidado especial com a nutrição necessária para o desgaste diário resultante da sua atividade. Mesmo com uma alimentação rica, equilibrada e sem muitas “asneiras” pelo meio, nem sempre uma alimentação equilibrada chega para as necessidades tendo os atletas de recorrer à suplementação, o que muitas vezes não é feito da melhor forma surgindo os famosos casos de “doping” que nem sempre acontecem por dolo de quem é identificado sob efeito de substâncias não permitidas, mas sim por falta de conhecimento da sua composição ou por recorrerem a suplementação sem certificações.


Em suma, apesar de todas as privações, cuidados e problemas associados ao desporto os atletas continuam a mencionar que “sem duvida a prática de desporto a este nível beneficia a minha vida, porque estou a fazer aquilo que mais gosto e não há melhor sensação do que fazer o que mais gostas e, ainda por cima, no clube que adoras”, menciona Laurentino, e que “compensa porque não pesa muito quando o teu objetivo é muito maior”, diz-nos Mariana.

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