Uma boa metáfora para entendermos o sistema político
em que estamos inseridos é entender um país como uma empresa. Dentro desta,
todos os seus cidadãos são sócios, com direito de opinar sobre a sua gestão e
com poder para explicar a sua visão relativa ao rumo que acreditam que a
sociedade deve tomar. No nosso sistema democrático, elegemos aqueles que nos
representam para assumirem a coordenação. A opinião que prevalece vence e é
eleita. Não obstante, há também espaço para todas as outras opiniões
diferentes. Deste modo, asseguramos que estamos todos representados e que o
objetivo é o bem de todos.
O voto na constituição da equipa que está encarregue
da tomada de decisões, além de imprescindível, é de extrema responsabilidade.
Se algo correr mal, as consequências são sentidas na pele de cada um de nós. Se
o barco afunda, todos afundamos com ele, salvo aqueles que sabem nadar ou que saltem
fora a tempo.
Posto isto, tentemos imaginar metaforicamente e de
forma simplista o sistema político como um jogo de cartas. Somos nós quem elege
quem se senta nas cadeiras de jogador, quem nos representa no jogo e quem
decide que montante é apostado. Qualquer jogo pode ser jogado, desde a
corriqueira sueca ao sofisticado póquer. Pode fazer-se magia ou construir um
castelo de cartas, as possibilidades são infinitas.
É, todavia, crucial, mesmo que não queiramos um lugar
sentado, que nos mantenhamos de olhos bem abertos e com atenção a todo o jogo.
É de extrema importância garantir que ninguém guarda uma carta na manga ou a
desvia de forma ilícita por baixo da mesa.
De igual modo, mesmo que não queiramos assumir uma
posição política, é essencial que vejamos o que acontece à nossa volta de forma
crítica e não nos afastemos da nossa responsabilidade enquanto cidadãos da
República Portuguesa. Afinal de contas, é a nossa vida que está em jogo nas
mãos de uns quantos jogadores.
Por fim, para o seu bem e para o bem de todos, invista
um pouco do seu tempo em manter-se informado. Só assim uma democracia pode
funcionar da forma mais correta, com a participação de todos.
Cabe-lhe a si, caro leitor, assegurar que as regras
são cumpridas e salvaguardar que os seus interesses são respeitados. É
importante que o jogo permaneça limpo e os espectadores informados. Não se
abstenha, atualize-se e permaneça crítico.
Francisco Carneiro

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